Goliath Bonus in Portuguese

A Portuguese fan named Guilherme Pires has kindly translated the post-Goliath Bonus Chapter I wrote last year. Huge thanks to him for this service. I hope that all you Portuguese-speakers out there enjoy it.

(NOTE BRAZILIANS, this is a huge spoiler, because Leviathan isn’t out yet, but will be in two months!)

Anyway, here we go . . .


– Esta situação é absurda – disse Alek.

– Pela qual apenas se pode culpar a si –?Esboçando um ligeiro sorriso, o Conde Volger recostou-se no sofá de veludo púrpura do quarto de hotel. – Avisei-o para não fazer aquela aposta.

– Era uma questão de princípio!

– Ah, jovem príncipe, ou Sr. Hohenberg, se faz tanta questão, será que nunca irá aprender que quando se trata de um julgamento por combate, não há princípios? Apenas força bruta.

Alek deixou o espelho e virou-se para lançar um olhar frio ao conde. – Um julgamento por combate? Muito engraçado – Suspirou ele. – Eu realmente não pensei que ela me pudesse derrotar.

– Miss Sharp passou vários meses a escalar às enfrechaduras. Calculo que faça maravilhas pelos músculos.

Alek assentiu, esfregando o ainda dorido bicep direito. Tinha mesmo sido uma batalha. Um verdadeiro julgamento por combate!?Num instante, ele e Deryn estavam a ter uma discussão perfeitamente razoável sobre os méritos dos dois sexos, força, resistência, tolerância à dor, e subitamente ele tinha dito algo imperdoável e Deryn estava a desafia-lo para um braço-de-ferro.

Ser derrotado por ela não teria sido assim tão mau, afinal ela era Deryn Sharp, mas Alek tinha ido demasiado longe e feito aquela aposta idiota.

Se ao menos esta festa de Final de Ano não fosse um baile de máscaras. Nunca irei entender a adoração que os britânicos têm por disfarces. Todos os funcionários da Sociedade Zoológica de Londres andaram a palrar durante vários dias sobre os disfarces que iriam usar. A maioria iria como monstrinhos, ou grandes cientistas famosos, ou caricaturas de figuras modernas como políticos ou clérigos dos Macacos Ludistas. Outros iriam ficar-se pelos disfarces mais clássicos: anjos, demónios, Grécia antiga, ou fadas do bosque.

Como novatos na Sociedade, tanto ele como Deryn tinham estado algo ansiosos quanto à escolha dos seus disfarces. (E para Alek, toda aquela coisa dos disfarces parecia-lhe francamente vulgar, mesmo agora que ele já tinha renunciado a toda a sua herança e pretensões de realeza.)

Portanto, um braço-de-ferro tinha parecido uma ideia brilhante para resolver aquele assunto, pelo menos para um deles. E tal como o Conde Volger lhe continuava a lembrar, a aposta tinha sido uma ideia inteiramente sua.

Até teria sido divertido, se ao menos ele não tivesse perdido. Então seria Deryn e não ele a usar um vestido. Ele tinha de admitir que a sua própria curiosidade o tinha precipitado para aquela aposta imprudente. Como ficaria Deryn com vestuário adequado ao seu próprio género?

Não que ele se importe de a ver de calças e blusão todos os dias. Parte do apelo da sua relação, assentava no facto de ele saber algo sobre ela que apenas mais meia dúzia de pessoas sabiam. Mas mesmo assim, ele estava tão curioso como qualquer rapaz na sua situação estaria.

– Este faux-cul está no sítio correcto?– Perguntou ele.?– Há apenas um único sitio para usar um faux-cul, Alek.

E é exactamente esse – Gracejou o conde Volger. – Não lhe parece . . . desnecessariamente grande?

– Certamente uma interrogação com a qual as mulheres se vem defrontando há décadas.

– Não seja impertinente, Conde. Eu estava a falar do faux-cul – Disse Alek enquanto endireitava os laços que se espalhavam praticamente por todo o vestido. – E eu não estaria tão pronto a gozar com os outros se estivesse disfarçado de lagarto mensageiro.

O Conde Volger olhou para o focinho reptilineo de papel machê que se encontrava ao seu lado no sofá. Então, com um encolher de ombros, agarrou na máscara e colocou-a na cabeça. Era pintada de castanho mosqueado com realces de verde, imitando na perfeição as cores de um lagarto mensageiro ao serviço do Serviço Aeronáutico. A cara do conde espreitava por entre as mandíbulas da monstruosa máscara.

– Devemos estar sempre prontos para um pouco de brincadeira, vossa Já-Não-Tão Sereníssima Alteza – Volger ergueu o copo e, manobrando-o por entre as mandíbulas, bebeu um gole.– De outro modo a politica tornar-se-ia intolerável.

Alek olhou mais de perto para o conde. As suas bochechas estavam um pouco rosadas, e a garrafa de champanhe ao lado do sofá estava praticamente vazia.

– Está embriagado, conde?

Volger riu-se, e saboreou mais um gole. – É Véspera de Ano Novo, Sr. Hohenberg, e de forma a granjear os favores da organização mais misteriosa do mundo, estou disfarçado da criatura mais inquietante da história da fabricação de monstrinhos. Uma vez que me estou prestes a lançar numa festa cheia de cientistas e agentes secretos, eu não diria que estou embriagado, meramente fortificado.

– Realmente – Alek voltou-se de novo para o espelho, perguntando-se quão mais fortificado o Conde Volger estava a planear ficar esta noite.

Desde que Alek se tinha juntado à Sociedade Zoológica, que o conde não sabia bem o que fazer com o seu tempo. A guerra estava a acalmar, com o Kaiser a perceber que os inimigos eram demasiado numerosos, agora que os EUA tinham entrado na guerra. Havia rumores de uma conferência de paz no início de 1915, conversações que deveriam acabar de vez com a luta entre Darwinistas e Clanker, ou pelo menos reduzi-la de carnificina à escala mundial para uma saudável competição entre tecnologias.

Sem guerra para influenciar e sem príncipe para elevar ao trono do império Austro-húngaro, os dois principais objectivos da vida de Volger tinham subitamente desaparecido. Os Austríacos iriam lembra-lo como aquele que levou para longe o seu jovem herdeiro, portanto voltar para casa seria difícil, e o Reino Unido estava demasiado cheio de monstrinhos ateus para o seu gosto.

E no entanto. . .

– Granjear favores? – Perguntou Alek, agarrando no guarda-sol que a Deryn tinha escolhido para ele. Pelo menos combina com a cor do vestido. – Porquê importar-se com aquilo que a Sociedade Zoológica pensa de si, considerando aquilo que pensa deles?

– Poderei necessitar deles futuramente –?O conde soava agora bastante sóbrio. – Sabe, eu tenho uma grande admiração e respeito pela natureza, e chegará o dia em que criaturas fabricadas fora de controlo poderão representar um perigo para a vida selvagem natural e os seus habitats. A Sociedade pode vir a ser muito útil neste tema.

Alek arqueou uma sobrancelha. Ele nunca tinha pensado em Volger como um preservacionista, já que tinha morto pelo menos duas centenas de veados com o arquiduque, o pai de Alek. Claro que quando o jovem Volger coleccionava troféus de caça, existiam vastas áreas selvagens no coração da Europa. Actualmente essas áreas estavam muito mais reduzidas.

– Já ouvi falar disso – disse Alek. – Pragas de rãs- papagaio à solta na Austrália, a palrarem com sotaques engraçados. Parece algo inquietante.

– Não tanto como esses saltos – disse Volger, quebrando toda a seriedade da conversa. – Mas uma aposta é uma aposta Sr. Hohenberg.

A festa de Final de Ano da Sociedade Zoológica de Londres era no andar abaixo ao quarto de Alek, no

salão de baile principal do Hotel Savoy. Alek ficou surpreendido e um pouco alarmado por ver a quantidade de gente que vinha à festa. Ele tinha assumido que a assistência para a sua humilhação seria limitada a membros efectivos da Sociedade, uma dúzia de cientistas e talvez duas dúzias de tratadores e treinadores de animais. Mas o grande salão de baile estava praticamente cheio, com mecenas, apoiantes políticos, e agentes especiais da Sociedade, como ele e Deryn, bem como as suas esposas, convidados e outros penduras.

– Oh meu deus! – disse Alek.

– Realmente – resmungou Volger através das mandíbulas da sua cabeça de lagarto. – Talvez tivesse sido mais sensato usar uma máscara.

– Isso seria batota – Alek respirou fundo, colocou o guarda-sol ao ombro como se fosse uma espingarda e avançou por entre a multidão.

Ele sentia-se absurdamente evidente, e bamboleante naqueles saltos altos, mas ninguém na sala pareceu reparar nele. Surpreendentemente, o seu disfarce era dos mais ligeiros. A quantidade e o nível de elaboração dos disfarces de criaturas fabricadas era tal que um rapaz num vestido não chamava minimamente a atenção. O velhinho director da Sociedade, Dr. Spenser, tinha um autentico ascensor Huxley a pairar por cima dele, concebido de uma espécie de tela pintada colocada por cima de uma nuvem de balões. O director acenou a Alek e Volger, e começou a avançar para eles, mas apercebeu-se que o seu Huxley flutuante ficou preso num candelabro. Vários assistentes apressaram-se a ajudar a desprender o disfarce. Alek puxou o conde para uma retirada apressada, só para o caso dos balões estarem cheios de hidrogénio em vez de hélio.

Ele procurou por Deryn na multidão. Seria melhor revelar o seu disfarce o mais rapidamente possível. Ele perguntou-se que disfarce teria ela escolhido, esperava que não incluísse uma máscara. A ideia de ela o ver vestido daquela forma já era irritante o suficiente, sem que ela o espiasse escondida aos risinhos por detrás de uma máscara.

– Alek? – Surgiu uma voz da multidão. – Céus, esse ao seu lado é o conde?

Alek virou-se e fez uma pequena vénia. – De facto, Dra. Barlow.

A cientista estava vestida como um anjo vingador, com grandes asas emplumadas e uma espada de madeira prateada. Tinha um aspecto aterrador. Ao seu lado, Tazza tinha um pequeno halo prateado na cabeça.

A Dra. Barlow olhou Alek de alto a baixo – Talvez uma reverência fosse mais apropriada.

– Infelizmente, o meu instrutor de dança nunca me ensinou como se faz.

– Certamente que o Sr. Sharp o poderá ajudar.?O lóris empoleirado no seu ombro, que estava vestido

como um querubim, riu–se e disse, – Sr. Sharp.

Alek lançou a ambos um duro olhar. A Dra. Barlow era a outra pessoa na Sociedade Zoológica que sabia o segredo de Deryn. Não parecia muito sensato estar a expor este assunto de qualquer forma, por mais subtil que fosse, numa sala cheia de colegas seus.

Muito dificilmente – disse Volger. – O Sr. Sharp é demasiado viril para esse tipo de coisas.

A Dra. Barlow arregalou os olhos. – O lagarto fala!

– O lagarto apenas repete aquilo que ouve – disse Volger tocando na sua orelha. Ele estendeu-lhe a mão. – A doutora dança?

– Claro, é tão raro ter a oportunidade de dançar com um réptil – Ela acenou a Alek. – Boa noite, Sr. Hohenberg.

O par afastou-se a rodopiar para a pista de dança, com Tazza a segui-los depois de Alek lhe ter dado uma pancadinha na cabeça.

Onde estaria Deryn? Ela sempre tinha chegado cedo a todas as festas a bordo do Leviatã. Sem dúvida que devia estar escondida por detrás de uma mascara algures, observando Alek nos seus saltos altos a girar o guarda-sol.

Enquanto Alek observava a multidão, uma estranha aparição surgiu diante dele. Tinha uma cabeça de pássaro, grandes garras de gato e estava todo coberto por um manto amarelado de pêlo felpudo.

– És tu Dylan? – Perguntou ele.

– Eu não sou nenhum paquete – respondeu o bico de pássaro com uma voz familiar, e então uma das garras alcançou a mascara para a retirar. – Eu sou um magnífico grifo!

Alek recuou hesitante. Por detrás daquele bico de pássaro estava Adela Rogers, a jovem repórter americana que se tinha juntado ao Leviatã na sua passagem pela Califórnia.

Mas o que faria ela ali em Londres, e o que estava a fazer um jornalista numa festa privada da Sociedade?

Especialmente numa festa onde Alek se encontrava vestido de mulher.

Pelo menos ela não era daqueles jornalistas que traziam sempre uma máquina fotográfica, como o insuportável Eddie Malone.

– Calculo que agora já me reconheça, príncipe Aleksandar.

– Realmente, Miss Rogers. No entanto já não sou nenhum príncipe.

– Ah, sim, agora é Sr. Hohenberg, certo?

– Ao seu serviço – Disse Alek tentando desajeitadamente fazer uma reverência.

A repórter sorriu. – Estou a ver que esta noite não é bem um senhor.

Alek encolheu os ombros – Suponho que um baile de máscaras tenha a sua quota-parte de momentos embaraçantes. Mas uma vez que agora já não pertenço à realeza talvez um pouco de humildade seja adequado.

– Oh, eu não diria que esse vestido é humilhante, Sr. Hohenberg. Muito pelo contrário, até é bastante lisonjeador.

– Obrigado – Alek fez uma pequena vénia desta vez. Saía-lhe de forma mais natural, mesmo com o faux-cul a atrapalhá-lo.

Por momentos, ele interrogou-se sobre a quantidade de ajustes, tanto pequenos como grandes, que Deryn deve ter feito para conseguir levar por diante o seu embuste. O modo como ela andava e falava, bem como todas as nuances de comportamento social, tudo isso tinha de ser repensado a cada segundo de cada dia. Era incrível que ela tivesse conseguido ser bem sucedida em algo tão difícil, apenas com a ajuda do irmão Jaspert e com o seu próprio instinto para a guiar.

Deryn era verdadeiramente espantosa, e valia definitivamente a pena abdicar de um império por ela.

– Mas, se me permite uma pergunta – Disse Miss Rogers enquanto tirava o bloco de notas. – Afinal, de quem é que é suposto estar mascarado?

– Ah – Disse Alek engolindo em seco. Depois sua derrota agoniante no braço-de-ferro e no meio de toda a confusão de tentar encontrar um vestido para usar, tinha-se esquecido desse pequeno pormenor.?Não podia simplesmente dizer a esta jornalista que tinha perdido uma aposta, e a ideia de ela escrever no jornal que ele tinha ido a uma festa vestido de mulher era algo inquietante.

Ele procurou desesperadamente por uma resposta, e subitamente encontrou.

– Estou vestido de Ada, condessa de Lovelace – disse ele. – Uma das maiores cientistas Clanker do ultimo século.

Miss Rogers olhou perplexa por um momento. – Não sei se me recordo dessa condessa. Uma cientista Clanker? Mas o nome soa bastante britânico.

– Sim, e o seu trabalho está no cerne de todos os motores mecânicos analíticos. O sistema de equilíbrio do meu Trovão, por exemplo – Enquanto falava, as mãos de Alek agarraram comandos imaginários. Já tinha passado demasiado tempo desde a última vez que pilotara um marchador. E tinha esperança que a primeira missão dele e Deryn fosse num pais Clanker, onde talvez pudesse ter oportunidade de pilotar de novo.

– Estou a ver – Disse Miss Rogers escrevinhando com o seu lápis. – Um pouco semelhante a si, ela conseguiu atravessar as linhas de combate. Um súbdito da rainha, mas simultaneamente uma Clanker. Uma mulher, mas um cientista.

Alek assentiu, aliviado por ter encontrado uma escolha tão adequada – Tal como eu tive nascimento nobre e fui criado um Clanker, mas estou agora aqui como um simples Darwinista.

Ela sorriu. – E um rapaz num vestido de mulher. Acho que o começo a entender, Sr. Hohenberg.

– O que quer dizer com isso?

– Bem, deve saber que deixou muita gente perplexa com a sua nova profissão – Ela olhou em redor, para todos os disfarces de monstrinhos, animais, e bestas grotescas.

– Parece uma estranha vocação para um ex-herdeiro real. Aliás é mesmo por isso que vim para Londres. Para dar seguimento a essa linha de investigação.

– Não quer antes dizer que veio para me espiar? – Comentou Alek arqueando uma sobrancelha.

– Pode dizer-se que sim – Disse Miss Rogers com um sorriso. – Parece-me que há algo que não encaixa bem na história do Príncipe Aleksandar de Hohenberg, que trocou a sua coroa por um lugar como tratador de animais no zoológico. Certamente que deve haver algo que não sabemos sobre a Sociedade. Ou talvez sobre si próprio?

Alek encolheu os ombros e fez girar o seu guarda-sol. – Vou ficar de olho em si, Sr. Hohenberg.

– Tenho a certeza que será um prazer ser o alvo da sua atenção – Disse Alek com uma pequena vénia. – Mas por agora vai ter de me desculpar.

Ele afastou-se por entre a multidão sem esperar por uma resposta, porque perto de uma gigantesca escultura de gelo de Charles Darwin a domar um tigresco lupino, tinha avistado uma cabeça loira por entre os disfarces. Era definitivamente Deryn e ela não estava a usar nenhuma máscara.

Claro que Deryn usava uma máscara todos os dias, o disfarce de rapaz era uma constante na sua vida. Para ela ir a um baile de máscaras não devia precisar de mais nada a não ser as suas calças e blusão habituais.

Obviamente que insistir numa atitude dessas só iria contribuir para revelar o seu segredo.

Alek foi avançando aos encontrões pela multidão, ultrapassando um Spring-Heeled Jack e um Ned Kelly, o famoso bandido com o seu elmo de ferro. O cabelo loiro de Deryn apareceu novamente à sua frente, mas estava a afastar-se. Teria ela reparado que ele se aproximava e decidido encenar uma perseguição?

Finalmente, a multidão afastou-se e ele ficou cara a cara com Deryn Sharp. Quando reparou no seu disfarce, Alek ficou paralisado com um ar de espanto estampado na cara.

– Mas eu . . . – Balbuciou ele. – Você ganhou a aposta, eu é que perdi.

– Pois claro que ganhei. – Disse ela flectindo o braço para mostrar o músculo. – Mas nunca dissemos que o vencedor não podia vestir o que quisesse. E nós achámos que se iria sentir menos embaraçado se não fosse o único rapaz metido num vestido.

Alek olhou-a de alto a baixo. Deryn tinha uma espécie de vestido de noite que estava muito na moda entre as jovens citadinas, com um franjado nas costas e um cinto largo na cintura. Longos colares de contas envolviam o seu pescoço, enfiados no seu cinto ou pendurados pela altura das suas coxas.

Empoleirado na sua cabeça tinha um chapéu justo com uma longa pena de pavão a projectar-se para trás.

Olhando para o seu próprio vestido, demasiado formal e fora de moda com os laços e o faux-cul, Alek sentiu-se deselegante, enquanto Deryn estava cheia de estilo. O cabelo curto e figura esguia, o cerne do seu disfarce de aspirante, de repente já não pareciam tão masculinos como isso.

Ele questionou-se se algum dia as mulheres iriam usar cabelo assim tão curto. Certamente isso nunca aconteceria, mas ele tinha de admitir que o efeito era estranhamente atraente.

Então ele apercebeu-se do que Deryn tinha dito. – Nós ?

– Sim, nós os dois – Ela estalou os dedos, e Bovril bamboleou-se até eles vindo detrás da mesa com a escultura de gelo.

Alek arregalou os olhos ainda mais. O lorís perspicuo também estava disfarçado, num vestido de estilo nitidamente francês sem costas. Na verdade a criatura assemelhava-se a uma pequena boneca Pierrot.

Bovril levantou os olhos para Alek, e disse entre risos, – Rapaz num vestido.

Deryn abanou a cabeça – Francamente Alek, esperava que aparecesse com algum um pouco mais moderno.

– Foi você que escolheu o guarda-sol – disse Alek a rodopia-lo. – Tive de arranjar um vestido que combinasse!

– Pois, mas não está tão atraente como eu esperava. Mesmo assim é agradável vê-lo sem os seus velhos trapos Clanker. Agora que já não é o raio de um príncipe, devia mesmo actualizar o seu guarda-roupa.

Alek arqueou uma sobrancelha. – Podia-me ter dito que ficava contente com um simples casaco novo.

– Sim, qualquer coisa que não se pareça com um velho uniforme de cavalaria!

Alek suspirou. Desde que renunciou ao trono, ele praticamente não tinha dinheiro, apenas o pequeno salário pago pela Sociedade. Duvidava que o tio-avô, o Imperador, lhe mandasse algum tipo de abono nos tempos mais próximos. Portanto, tudo o que ele tinha para vestir eram os seus uniformes militares e o fato de cerimónia que o Sr. Hearst lhe tinha providenciado. Também tinha, é claro, algumas peças que tinha comprado em Istanbul, mas não eram muito apropriadas para usar em Londres. Este vestido tinha sido arranjado pela esposa de um dos cientistas da Sociedade, que não andava propriamente na moda nem era tão nova como isso.

– Pelo contrário, você está verdadeiramente deslumbrante – elogiou ele com uma vénia.

– Sim, ser enfiada num vestido não é tão mau como eu me lembrava – Deryn ofereceu o seu braço. – Vamos?

Alek, fez sinal a Bovril, que saltou imediatamente para os seus braços.

– Claro que sim, mas para onde?

– Há um pequeno vestiário ali ao lado, onde alguns dos cientistas deixaram as suas roupas normais. Está fechado, mas eu tenho a única chave – Deryn olhou-o de alto a baixo novamente. – E uma garrafa de champanhe, se a senhora aceitar beber um copo com um antigo aeronauta.

– Asseguro-lhe que não estou minimamente preocupado com as suas intenções, Sr. Sharp – Disse Alek.

– É bom saber isso, Sr. Hohenberg. Pois as minhas intenções são claras como água – E ela levou-o para longe daquela multidão de monstrinhos, bestas e aberrações, em direcção a algum sítio seguro e privado. Um sítio onde não importa quem está a vestir o quê.

Bovril, empoleirado no seu ombro, deu mais uma risota. – Sr. Hohenberg – disse a criatura.


Mais grandes.

38 thoughts on “Goliath Bonus in Portuguese

  1. It is super spoiler. Here in Brazil has not yet been released or Leviathan! It will only be released in two months! I waited years for this!

  2. I can read a little of it, and it helps that Alek and Dylan/Deryn aren’t like Scott and Ckott in Russian.

  3. @4 Really? It was posted sometime around Christmas. If you go back a bit you can find it.

  4. This would be so cool, if I only spoke portuguese!! I knew I should’ve learned it when I had the chance

  5. Haha, I translated it back to English and reread it to see the changes.

    Volger’s name is Earl instead of Ernst 😛
    And they’re ‘Ape Luddites’.

  6. SCOTT WESTERFELD, LIKE THE SCOTT WESTERFELD, FELL INTO MY TRAP! EEEEEEeeeeeeeEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!! YAY YAY YAY YAY YAY YAY YAY!!!
    HE COMMENTED ON MY COMMENT!!!!!

  7. i have seriously never been so excited in my entire life. except for when goliath came out.
    SOO IF YOU DONT KNOW WHAT IM TALKING ABOUT
    Rue: Hey scott? Do you ever read our comments? just wondering.
    AND I WAS. I WAS WONDERING!
    Scott (!!!): @ Rue # 10 No. Never. That would be wrong.
    AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

  8. Ironically, I’m supposed to be doing a book report on Leviathan right now, but I’m on here instead trying to look for pictures that ‘fit the theme of the book’ (which means all of Keith’s beautiful illustrations!).

    While I’m at it, does anyone know a song that matches the tone of those beautiful pictures/the book itself? I’m supposed to name a song, but I can’t think of any off the top of my head. Thing’s due tomorrow, so I don’t have a lot of time (this is what I get for doing it late! XD).

  9. @TheWordMaster
    hmmm… well this is not exactly the best song, but the tune always reminds me of Deryn! Home by Edward Sharpie.

    Well now that i think about it is has absolutely nothing to do with leviathan.
    at least i tried.

  10. @Pencils & Books

    I decided to play it safe and go with “Keep Holding On” by Avril Lavigne (even though I hate that song). Thanks for the suggestion though-my friend’s doing a book report on Leviathan too, so I’ll pass the song along and see if they want to use it.

  11. @23-you really should have done Istanbul by They Might Be Giants. It reminds me SO MUCH of Leviathan.

  12. thanks scott for know the difference between portugal and brazil!! i’m so glad that you had post here some portuguese stuff! love you scott!!

  13. Mr. Westerfeld~
    You may or not remember, but you came to my school last year in Kentucky (Villa Madonna)

    This was before I read Leviathan, by the way, but everyone loved it! Right after the first book, I went to the second and third. (The third’s my favorite. I stayed up until the wee hours of the night, reading.) Have you considered making a movie? Because, you know, that would be AMAZING. Just think of it- all the small details of the beasties and the Clanker machines. And the Leviathan in all of its awesomeness. On the big screen.
    Honestly, my amiga and I would see that movie every day.

    I’m getting excited, just thinking of it.

    You have no idea how much I love this book! I’ve read the books until the ink on the pages have begun to run. I would draw for the fan art, (but I’m pretty bad at that). And I write for the Leviathan archive on FanFiction.

    Seriously. When I say I love this, Amo hoc. (Latin!!!)

    Anyway… Just saying… 😀

    ~Adrasdos Dark

    P.S. The couple name for Deryn and Alek is Dalek, and uh… well, have you ever seen Doctor Who? If so, then you will know that Daleks are robot lifeforms that want to take over the universe.
    Just a thought. XD

  14. Seriously, Mr. Westerfeld, you need to make another book series out of these. I mean, imagine how cool it would be if we get to read the adventures of Deryn and Alek in the Zoological Society? Like how they could wear their disguises on missions like British secret agents? I WOULD READ EVERY PAGE!!

  15. I’m Portuguese and I loved. It’s amazing. I like very much leviathan series!!

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